CFO no caminho certo de se tornar um espaço de referência para a prática e formação de atletas.
Já se passaram mais de dois anos desde que o Instituto Dragão do Mar (IDM) assumiu a administração do Centro de Formação Olímpica (CFO). De lá pra cá muitas coisas mudaram, um plano foi traçado e os resultados no longo prazo estão começando a aparecer. Diversas ações já estão acontecendo, o CFO se tornou a casa do basquete cearense, tem formação esportiva para crianças de baixa renda e, ainda em maio, a Arena CFO receberá o show do Luccas Neto com grande expectativa de público mas, claro, ainda há muito a fazer.
Adriano Loureiro, Superintendente do CFO, profissional do esporte com larga experiência profissional e formação acadêmica na área, além da participação em 3 Olimpíadas como membro da comissão técnica brasileira, diz que o CFO está no caminho certo para se tornar um espaço de referência para a prática e formação de atletas. “Estamos auxiliando na educação dos nossos jovens, na integração dos valores do esporte. Agora, as pessoas também precisam entrar no CFO, conhecer de verdade o que estamos fazendo.” A seguir ele detalha quais têm sido os principais desafios e planos da gestão do equipamento.
Qual o balanço que você faz dos mais de dois anos à frente da gestão do CFO?
Os desafios foram muito grandes, principalmente no início. Precisávamos nos apropriar do espaço porque havia uma cobrança muito grande com relação ao que esse local iria trazer para a sociedade. Tivemos de organizar tudo, limpar as áreas, criar regulamentos e formulários, procedimentos administrativos, pensar no plano pedagógico de formação esportiva, dar vida ao complexo, porque é um espaço muito grande. Então, avalio que a nossa gestão está sendo muito exitosa, mesmo no contexto da pandemia tivemos grandes avanços nas nossas atividades, e posso dizer que estou satisfeito já que este ano tem tudo para ser o melhor até agora.
Adriano, criou-se uma cultura de que lugares que são construídos para legado olímpico se deterioram muito rapidamente e não servem mais para a população dos locais. Podemos dizer que com o CFO está conseguindo alterar esse destino?
O legado do esporte precisa ser visto a longo prazo, é como na educação. Então, eu acredito que iniciamos um caminho e precisamos continuar nele. O CFO hoje está de pé, um local lindo, agradável e utilizado por parte da nossa sociedade. Esse espaço está sendo utilizado para a finalidade para qual foi criado, e isso é o legado. Novas possibilidades para a nossa sociedade, auxiliar a educação dos nossos jovens, na integração dos valores do esporte como ferramenta da própria educação, contribuir com a saúde e fruição dos usuários. Agora, as pessoas também precisam conhecer melhor o CFO, conhecer de fato o que estamos desenvolvendo aqui. É preciso parar com as críticas daquilo que não se conhece (risos).
Parte das atividades regulares do complexo estão começando a ser realizadas por meio de parcerias. Tem espaço para todas as modalidades no CFO?
Precisamos das parcerias para desenvolver o esporte porque aqui é um local de treinamento e formação, fruto de uma construção coletiva. Com federações, confederações, instituições esportivas fortes, consolidadas e atuantes, é possível captar investimentos públicos e privados. Sozinhos teríamos muitas dificuldades de conseguir fazer o trabalho com todas as modalidades, e não teríamos excelência também. As parcerias não são só importantes, como necessárias. Então, acredito que temos que estar todos juntos na construção desta política esportiva, agentes públicos e privados.
Na sua opinião, qual o próximo desafio do CFO para que continue impactando os jovens cearenses e a comunidade esportiva?
Quando temos um jovem sem perspectiva em casa e ele vê um atleta de destaque em competições e atividades esportivas, ele pode vislumbrar naquele atleta um futuro melhor. Hoje, damos suporte para atletas que já são destaques no cenário esportivo nacional e mundial, como a b-girl Karolzinha do Breaking, a Rebecca e Hegê do Vôlei de Praia, os atletas de basquete profissionais do Fortaleza BC/CFO, entre tantos outros atletas que treinam, treinaram e competem no CFO. Além desses atletas, temos treinadores reconhecidos internacionalmente como o professor Ariel Uchôa. Essas pessoas são vitrines, cases de sucesso, exemplos a serem seguidos por essa juventude. Precisamos, portanto, ampliar a oferta de vagas, com novas modalidades ainda não iniciadas, ampliar as parcerias, fortalecer os esportes que já existem no CFO, fazer do CFO um local de fomento ao esporte local, nacional e mundial, estimulando os jovens cearenses a se desenvolverem através do esporte.
Com toda a sua formação e experiência profissional como é ser responsável por gerir um equipamento como o CFO tão cheio de singularidades?
Eu estava aqui neste local que hoje é o CFO no evento de lançamento da pedra fundamental, em 2014, com o governador da época Cid Gomes. Acho que mesmo com todas as dificuldades, com algumas críticas a construção do CFO, o Governo do Estado do Ceará acertou neste importante empreendimento. Acredito que se mantivermos uma política de formação esportiva bem organizada, a médio, longo prazo teremos muitos jovens cearenses sendo destaque no cenário esportivo mundial. Com toda essa infraestrutura, com profissionais bem capacitados, com a participação ativa da sociedade e dos parceiros, não tem como dar errado. Temos um espaço que poucos lugares do mundo possuem. Tive toda uma formação acadêmica, profissional e pessoal dentro da área do esporte. Minha vida é o esporte, e estar a frente deste espaço, pensar a política esportiva para nossos jovens, contribuir, ajudar o povo cearense, brasileiro, é algo que me deixa feliz, principalmente, pela confiança em mim depositada. Sou um professor por formação, um educador, e esta minha visão de educador, juntamente com minha experiência profissional, facilita o diálogo com todos os atores envolvidos neste processo. As pessoas do esporte precisam se unir para a construção desse movimento. Tenho um desafio diário para dar mais sentido a tudo isso aqui, e é aqui que eu sinto que realmente estou fazendo algo por nossa sociedade.
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