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  • 17.05.2022

Artigo de Opinião: O Esporte e a Luta Contra a Homofobia

Durante toda a história da humanidade o movimento do corpo sempre foi utilizado como uma ferramenta para impor valores ideológicos da classe social dominante. Desde a Grécia/Roma antiga, onde a prática esportiva tinha como objetivo principal desenvolver homens mais fortes para as guerras, passando, mais recentemente, pela Guerra Fria, onde os grupos políticos ideológicos capitalistas e socialistas utilizavam seus atletas para demonstrar para o mundo a força daquele bloco político/econômico/social, o esporte foi praticado com uma forma de manifestação de anseios das sociedades. Assim, com grande visibilidade, poder e instrumento de valorização ideológica, grupos minoritários com consciência de classe passaram a se manifestar também através do esporte.

 

Apesar de um movimento fascista, que propõe o uso da violência contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais, a luta contra a homofobia vem ganhando força na nossa sociedade contemporânea e precisa ser abraçada por mais professores, pensadores, filósofos, artistas, políticos, empresários, treinadores, atletas, esportistas com participação ativa na construção desta representatividade. Além do movimento esportivo ser vitrine para tais manifestações de apoio a estes grupos, através do esporte também é possível promover ideais que punam moralmente quem comete discriminação sexual. O Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTs no mundo, razão pela qual a constatação do discurso homofóbico no esporte deve ser, no mínimo, objeto de desolação.

 

Não podemos mais admitir tais violações dos direitos humanos. Evoluímos enquanto espécie e precisamos combater toda forma de violência a quem quer que seja. Apesar da Lei Geral do Esporte (PLS 68/2017), que está tramitando no senado, prever punição a condutas homofóbicas nos estádios e ginásios esportivos, ainda não há lei específica no Brasil que trate especificamente do crime por homofobia. Por isso, precisamos dessa discussão para estabelecer a ideologia do amor e respeito por estas pessoas, que têm o direito de serem livres para decidir o que é melhor para suas vidas.

 

Adriano Loureiro
Superintendente do CFO

 

Publicado no Jornal O Povo
dia 17/05/2022